Travo diariamente a luta eterna
de derrapar entre as órbitas de teus dedos
e sentir o medo constante de teus olhos lassos.
No ato, eles saltam
e a voz se entremeia no antigo desejo tropical
e no arredio olhar,
que de sorumbático se faz hermético.
Ela mendiga, percorre minha pele com a língua parruda
e me arrepio até a dentina.
Sabor hortelã,
a gente rola como algo que condicionado à felicidade,
mas que esmaece ao som moderno da vitrine.
Beatriz Freitas (escritora e acadêmica de História)